Morre francesa pioneira do cinema negro

Por Tânia Cerqueira

A cineasta e poeta Sarah Maldoror morreu no dia 13 de abril, aos 91 anos, em decorrência de complicações da COVID-19. Além da idade, Maldoror, possuía problemas cardíacos e estava internada num hospital em Paris, desde 29 de março.

(Foto Divulgação)

Sarah nasceu no sul da França, filha de mãe francesa e pai guadalupense. Foi casada com o poeta e político angolano Mário Pinto de Andrade, fundador do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido que governa o país africano desde sua libertação de Portugal, em 1975. Moldoror foi estudante de cinema em Moscou e autora de mais de 40 filmes entre curtas e longas, deixa duas filhas de seu relacionamento com Mário, morto em 1990, Annouchka e Henda.

Seu longa-metragem Sambizanga é considerado sua magnum obra. Drama lançado em 1972, baseia-se na novela A vida verdadeira de Domingos Xavier do autor angolano, José Luandino Vieira. O filme passa-se em Angola, no ano de 1961. Domingos Xavier, um ativista revolucionário angolano, é preso pela polícia secreta portuguesa. Xavier é levado para a prisão de Sambizanga, onde acaba sendo submetido a um interrogatório e tortura para extrair os nomes dos seus contatos da independência.