O ESTUDO DE IDIOMAS DURANTE A QUARENTENA
- O Cotidiano

- 14 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Por Maria Estela Assis

(Foto Divulgação)
O período de isolamento social trouxe várias mudanças na dinâmica coletiva, inclusive, no estudo de idiomas. A impossibilidade de sair de casa exigiu uma reformulação dos métodos de aprendizagem e os estudantes estão precisando lidar com eles.
Alguns cursos que costumavam ser presenciais optaram por ministrar as aulas de forma remota durante o período de quarentena. As aulas online, embora sejam mais objetivas, não proporcionam a mesma interação. “As aulas presenciais fazem falta porque você consegue tirar um pouco da experiência do professor, por serem mais subjetivas, e é mais fácil que os alunos participem das atividades e conversem entre si.
Eu, pessoalmente, me sinto muito mais estimulada quando consigo ver as pessoas aprendendo comigo”, comenta Beatriz Freitas, estudante de Espanhol.
Mas, a rotina mudou também para estudantes de cursos online. Segundo Carlos Alexandre, estudante de Italiano, apesar de participar de um curso online há um ano e meio, durante a pandemia, a concentração e a organização do tempo são um desafio.
“Não tenho conseguido conciliar meus trabalhos da faculdade e os afazeres domésticos com o estudo de italiano ultimamente. A quantidade de tarefas cresceu bastante desde o início da pandemia, e, a cada dia, é mais difícil manter o foco. Não consigo parar de pensar no risco que a minha família corre todos os dias, principalmente, porque já tenho um primo contaminado”, explica.
Por outro lado, Maria Eduarda Rodrigues, estudante autônoma de Japonês, conta que o período atual está sendo bastante produtivo. Ela sempre estudou em casa, através da internet, então, agora, sem precisar passar horas do dia se deslocando e com a sua rotina um pouco menos atribulada, pode dedicar mais tempo para aprender a língua. “Está sendo até mais tranquilo”, diz ela.
Há também casos como o de Rafaela Pelisser e Bianca Studart, estudantes de psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), que, através do intercâmbio acadêmico na Universidade de Salamanca, planejavam, além de complementar sua formação, aprimorar seu espanhol.
“Infelizmente, quando começou a quarentena, o convívio com a língua quase deixou de existir, por isso, esqueci muitas coisas. Ter aulas das disciplinas e ler em espanhol, ajuda, porém sinto falta da conversação, que considero essencial quando se está aprendendo um idioma”, relata Rafaela.
Bianca acrescenta que as dificuldades decorrentes da quarentena se estendem para a impossibilidade de imergir na cultura que, segundo ela, é um aspecto importante para a aprendizagem, pois é o maior diferencial em estudar uma língua em seu país de origem. “Acredito que o convívio com o idioma e com os costumes do país proporcionam uma experiência única, e, agora, com o início da flexibilização da quarentena, espero que a interação com a cultura possa voltar a acontecer, embora saiba que não vai ser como antes, pretendo aproveitar ao máximo esse contato antes do fim do intercâmbio”, declara Bianca.




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