ESPECIALISTAS COMENTAM SOBRE O CONTEXTO DE RACISMO NO BRASIL PARALELO À MANIFESTAÇÕES NOS EUA
- O Cotidiano
- 4 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Por Rebecca Barbosa

(Foto Divulgação)
Na última terça-feira de maio (26) houve a propagação do vídeo que mostrou o policial Dereck Chauvin com os joelhos no pescoço de George Floyd, um cidadão que aparentemente teria comprado cigarros com uma nota de US$ 20 falsa.
O caso repercutiu nos Estados Unidos por se tratar de um homem negro oprimido de uma maneira não permitida por um policial na qual sua função é proteger a população sem segregações, acarretando assim diversas manifestações no país, algumas delas sendo extremas.
E o reflexo de todos esses acontecimentos se apresentou no Brasil, quando houve o apoio da maioria da população e a repercussão da hashtag Black Lives Matters, em tradução livre: Vidas Negras Importam, movimento criado nos Estados Unidos que teve como objetivo lutar contra todo o racismo e repressão que os negros sofrem constantemente no país.
Mas como o racismo se apresenta no Brasil? Em entrevista ao Uol, Luciana Brito, professora de história da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), e especialista em história da escravidão e abolição nos Estados Unidos e no Brasil contou que no país não há uma política explícita de segregação racial mas que a desigualdade está bem demarcada “O mito da democracia racial gerou uma cegueira na população brasileira, principalmente branca, que nos faz naturalizar essas mortes", diz Brito.
Outra forma de racismo recorrente presente no Brasil no âmbito da mídia, principalmente televisiva, alguns profissionais negros que sofrem esse tipo de preconceito comentaram sobre o caso, “Só quem passa, só quem sofre sabe o tamanho da dor”, Afirmou Cacau Potássio, atriz e humorista brasileira em entrevista ao Fantástico.
O sociólogo Túlio Custódio afirmou sobre as principais diferenças entres o racismo nos Estados Unidos e no Brasil "Um dado fundamental é a importância que a ideologia da democracia racial ainda tem na conformação das nossas relações raciais. Apesar de toda a crítica, ela ainda faz parte da gramática de expectativas sociais que são construídas, e isso está na raiz da construção da identidade brasileira”, afirmou.
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